21 de julho de 2008

l i b e r t a



E hoje é finalmente o dia, hoje assino e decreto a minha alforria.
Hoje me liberto de tudo aquilo que me manteve presa a todas aquelas coisas velhas que eu sismo em manter dentro do velho baú.
Hoje eu finalmente entendo e compreendo o que realmente sou, o que plenamente quero e o que por tanto tempo, sem entender, espero.
Não posso me definir.
Não posso 'nos' definir. Sou muitas! (s u s t o) Sou uma única e peculiar peça projetada escondendo as mais diversas formas e cores dentro de si só.
Posso ser o que eu quiser, no momento que me aprouver e eu achar direito. Posso lançar-me a qualquer momento em meus delírios, e no mesmo instante estar tranquilamente presa a minha realidade.
Posso diferir-me de todos os outros, e quase que simultaneamente ser o mais banal dos seres.
Posso sentir amor, ódio, quaisquer coisa ao mesmo tempo. Sem necessariamente ter que me rotular e subdividir em classes e denominações daquilo que sinto.

Posso, sim eu posso.

E só eu sei, sei mesmo, o quanto, eu tive que digerir pra entender e sublimar a liberdade que eu sempre quis prender.
Sou hoje liberta e desprendida.
Temente e temida.

Sou, incontestavelmente, Senhora da minha vida.