2 de novembro de 2007

Direito oposto.

Eu não tenho direito
De ser o oposto,
Ser o avesso do
Lado que me foi
Imposto.

Eu não tenho sanidade
Para estar sã
Na loucura variável
De ser humana.

Eu não quero a sinceridade
De ver estampada
Na camisa da verdade
A foto da coragem que
Me faltou.

Eu não tenho vontade
De esquecer o rosto,
De abdicar o gosto
E de todos os atalhos
Que me levam a você.

Perdida-ha.

Estar perdida
Em meio a tantas
Pessoas.
Estar rendida,
Diante de tantas
Respostas.

Apontam o rumo certo
Mas o que seria direito
Num mundo de canhotos?

Sigo por mim mesma
Tentando sair ilesa
De uma volta
Não completada.
De uma vida
Não planejada.

Estarei segura
Dentro de mim.
Mas o que é estar
Segura
Num êxtase de
Setas?

Viver é forma
Invariável de loucura.
Estar são é abdicar
Do dever,
É renegar a sanidade
De ser louco
Num hospício.