25 de agosto de 2007

Barbara.

Menina, que abriga.
Menina, apenas menina.

Que dança, que sorri,
Que encanta.

Menina que vive o conto,
Num canto,
Perto do mundo.

Menina que reluz,
Que brilha, que seduz.

Sedução a meia luz.

Menina, fada, menina.

Um coração azul,
Um mundo rosa,
Flor de bem-me-quer,
A prova de
Que a menina,
Sabe ser mulher.

Sabe ser barbara.

Magda Nagasawa

Jogo

Não estar em notas,
Não dar, não querer,
Virar as costas.

A porta mal trancada,
A esperança da incerteza.

De que adianta ir, se
o mais importante fica?
De que adianta ficar,
se o menos importante se vai?

Perguntas de respostas
mal dadas.
Pessoas de mãos dadas.
Vidas mal encaixadas.

Peças de um jogo sem
lógica,
Pedaços de um truque.

Apenas.

Fantoches.


Magda Nagasawa

19 de agosto de 2007

Risco.

Ser sublime,
Estar sublime,
Ser subliminar.

Fazer acontecer o que não
tem.
Dizer a pessoas que não
Vêem.
Girar num mundo,
Dê quem?

Tão meu,
Tão seu,
Pouco deles.

Ditar rabiscos num
quadro
Cheio de riscos.
Riscar.

Riscar histórias,
Riscar memórias,
Apagar aquela
Mensagem subliminar.



Magda Nagasawa

A frente.

De algum modo eu me trouxe até aqui.
Por caminhos que eu escolhi,
Por escolhas que não caminhei.

Se aqui é onde eu deveria estar,
Estar não é acaso.
Acaso é chegar sem estar.

De qualquer modo eu chegarei ali.
Por caminhos que eu escolher,
Por escolhas que não caminharei.

Mas chegarei.

Com os olhos de sonhos que busquei,
Sem buscas de sonhos que deixei.
E de qualquer maneira,
Eu estarei a frente
De um destino guardado neste instante.


Magda Nagasawa

Desencontro.

Me vi,
Com as mãos cheias de medo.
Te vi,
Com os olhos cheios de razão.
Nos vi,
Cheios de nós mesmos.

Eu,
Procurava respostas.
Você,
Procurava perguntas.
Nós,
Nos perdíamos.

Eu,
Vou aonde me sopram.
Você,
Aonde te sopram.
Nós,
A lugar nenhum.


Magda Nagasawa

Parasita.

Me aproveito da dor e do sofrimento
Pra canalizar o que penso.
Como um parasita oportunista
Sigo sozinha , desejando não ser vista
Mas os teus olhos lânguidos me vêem,
E não me enxergam.

É como se eu fosse uma vidraça,
que tua visão ultrapassa.
Não há nada a ser visto,
Apenas nota-se que existo.

Se tivesse a magia em meu poder
E quisesse não querer
Talvez não doeria tanto saber
Que o mundo não te quer pra mim.
Te quer pra ele.

A certeza de que um dia você vai
Me procurar,
Em pequenos gestos, em olhos que olhar
Me mantêm erguida mesmo sem saída , eu me mantenho
em pé
Pra enfrentar tudo, venha o que vier!

E nossa história vai virar canção
Cantada pelos sábios de razão
E o teu mundo jamais será o mesmo.



Magda Nagasawa