19 de agosto de 2008

Pela metade.


Durante um certo período de tempo,diria até que durante a minha vida toda eu me contentei com o que o universo podia me dar.Estava satisfeita com as minhas meias verdades, meias paixões e eternos sonhos 'Walt Dysneianos'.
Me era confortável a posição de espectadora,a poltrona reclinava e a tela era grande o suficiente para que eu pudesse apontar dali, da plateia, os detalhes que mais me intrigavam nas minhas personagens prediletas.
As vezes eu me reconhecia em alguns rostos e podia até me ver em algumas cenas, mas me perdia depois de instantes em fantasias tão abstratas quanto os filmes que eu vi.Sem jamais pensar em mudar de posição permaneci ali, e até re-vi minhas películas prediletas.
Ah, minhas películas prediletas!
Algumas mostravam a mim as tantas outras vidas que eu sonhei ter, outras me levavam até os limites das realidades que criei.
Mas num dia desses uma delas, nenhuma em especial, só aquela que por algum motivo eu jamais assisti, me chamou a atenção. Ela estava ali, no cantinho da sala escura, empoeirado, logo atrás dos filmes de terror e abaixo das histórias de aventura. Estava lá, empilhado, curioso, com carinha de 'assista-me'.
O assisti.
O filme estava pela metade!

Preciso sair dessa sala, e procurar pelo filme inteiro!