7 de fevereiro de 2009

Palavra muda


Saída de emergência pra quem não fica.
Janela indiscreta pra querer olhar.
Porta automática pra quem entra.
Fecho de alumínio pra quem fica.

Trinco de madeira pra quem passa.
Cortina de fumaça pra quem chama.
Chave de prata pra quem espera.
Cofre blindado pra quem ama.

Caixa de segredos bem aberta!
Flores espalhadas no fim da flecha
só quem sabe entende a caixa,
só quem viu enxerga a faixa.

Faixa azul trançada nos cabelos
Refletida em verde pelo espelho.

Nem tudo que parece é;
Nem tudo que é parece.
Nem toda reza é prece;
nem toda corrida é pressa;
nem toda luz é feixe.
Nem toda água é peixe...

Nem toda caixa é quadrada
nem toda alma é selada.
Nem todo selo é carta
nem todo poema é falta.
Nem todo amor é carma
nem toda magia marca.
Nem toda mão é destra;
Nem toda palavra fala.