24 de março de 2011

Sweet Julie

Julie tinha passos rápidos, passos de quem ia ao encontro. Encontro de que?
Encontro do que queria encontrar, sem precisar procurar.
Esbarrar... Seu caminhar buscava.
Quando menina não tinha quem a ninasse, não tinha cantiga, não tinha colo. Se ninou, se fez dura, sólida, maciça.
E anda por aí, esperando por algo que a desfaça, que a reduza que a condense. Mas não admite, nem pra ela mesma.
Julie não é desse tipo de moça que se faz o que não é, eu já expliquei uma vez, ela acredita sê-lo. E quem acredita que é, mesmo não sendo, não mente, engana. Engana-se.
Ela se engana. E sinceramente, não se importa.
No fundo, no fundo, ser o que realmente se é, é dificil para qualquer um. O que esperar então de uma metade, uma parte? De alguém que nunca soube o que era ser um inteiro...