9 de setembro de 2010

Dear Julie III

Não era um dia quente como deveria ser uma tarde de setembro, assim como não era uma tarde fria como deveria ser a solidão de tarde sem ninguém. Era um dia nú.
Nú sem cores e texturas, era apenas um dia desses que se repetiam corriqueiramente na vida de Julie.
Ela se sentia triste. Não por algo que lhe acontecera, tão pouco por alguém. Sentia-se entristecida consigo mesma por carregar um sentimento tão horrível por alguém que deveria despertar-lhe uma franca ternura e uma vontade de abraçar. Queria abraçar, mas de um jeito estranho sabia que seu abraço não seria bem-vindo.
Lutava com toda a força que possuía contra o que lhe apertava o peito, em vão.
Sabia que era inrreversível, e era isso que fazia com que se sentisse tão má e culpada.
Culpa. Está é a palavra, o sentimento.
Sentia-se culpada pelos sentimentos maus que cultivava, sem se dar conta de que não podia controla-los.